domingo, 8 de fevereiro de 2009

Letras funk - a despersonificação da mulher.

Letras funk - a despersonificação da mulher.

João Cruzué

O movimento funk carioca chegou à periferia da Capital paulista há pelo menos cinco anos. Como foi difícil aguentar durante alguns meses o som alto das caixas tocando uma música chamada "bonde do tigrão". Mais recentemente, nos fins de semana a coisa evoluiu. As caixas dentro das salas e janelas abertas foram para os porta malas ou mesmo dentro dos carros com potências muito mais poderosas, tocando a qualquer hora do dia, da noite e da madrugada. O febre do movimento funk definitivamente "pegou" na perifa de Sampa.

O som alto, entretanto, não é o que mais me incomada no Funk. São as letras com palavras chulas que me assustam. Certo dia desses, alguns moços da bairro escolheram o começo de minha rua, colocaram o carro na calçada, abriram o porta malas e das caixas comoçou um batuque funkeiro em volume considerável. Apesar de a esta altura de meus 53 anos já estar meio surdo, justamente, por causa de barulho, o batuque não incomodava tanto. Mas uma letra "chulíssima" invadia a privacidade de todas as casas, ofendendo todas as mulheres, inclusive minha esposa e minha filha. Era um tal que passar a mão ali... sendo este "verso" um dos mais "castos", com gritos de orgasmos femininos em outras coisas que nem quero mencionar aqui. Reclamei, quase apanhei, mas nunca mais o som foi ligado ali.

Como crente preciso analisar a questão sob dois ângulos. Pela ótica de um cidadão e pelo foco espiritual cristão. Pela lado cidadão, posso dizer que tomei uma atitude de resistência pacífica sem aceitar a provocação para um confronto físico, graças a Deus, foi uma surpresa ter sido ouvido, nesta esfera, e o barulho terminou. Mas, pelo lado espiritual há outras coisas envolvidas, que de agora em diante passo analisar pois diz repeito ao cerne do texto.

Não posso dizer que a música funk seja do diabo, mas quanto as suas letras, posso sim. As letras partem do pressuposto de que toda mulher é como uma prostituta, pois usam as palavras desse meio. Não estou desprezando prostitutas, são dignas de ouvir o evangelho, mas estou referindo-me a um linguajar que não é próprio fora de seu meio. Uma comunidade inteira é fica exposta a ouvir este som móvel até se acostumar com ele. Estas letras sujas do funk tiraram a mulher de uma condição que já era ruim, para a condição de animal inferior. De objeto de desejo sexual, para uma cadela disposta à cruza. A diferença entre o sexo conjugal cantado em pura poesia bíblica em Cantares de Salomão para uma letra horrorosa e porca da música funk fica muito bem comparada usando apenas duas frases. "Amada minha" x "cachorras e preparadas".

Eu estive conversando com minha filha, já casada, e ela me disse uma coisa muito triste. Na opinião dela, estas jovens que estão hoje "quebrando" e balançando o traseiro no meio da rua, daqui a um futuro não muito longe, estarão grávidas. Seus bebês muito provavelmente não conhecerão o pai e serão criados por avós. Cresceram revoltados, agressivos, doidos, não porque lá no fundo sejam isso, mas porque usam desse artifício para encobrir a despersonalização. Quando olham para outras crianças andando com seus pais e sentindo a falta de um, que não conheceram, deparam-se com um vazio que não conseguem suportar. Eles são o produto do desamor. Não de um ato conjugal, mas de uma cruza entre um "tigrão" e uma "cachorra."

Minha trabalha contando histórias para crianças de periferia. Em sua roda de leitura tinha um garoto terrível, perturbado e malvado. Conversando com ele, descobriu que era super carente de amor. Sua maior frustração era não conhecer seu pai. Nem sua mãe sabia quem ele era para confortá-lo. Aliás, foi criado pela avó, pois sua mãe casou-se e tem outra família. Conta minha filha que em determinado dia, pediu que as crianças da roda de leitura levassem algum brinquedo, para melhor interação livro-criança. Uns levaram carrinhos, outros celulares de verdade, bonecas etc. Como não tinha nada, o garotinho "malvado" levou uma tesoura de costura velha!

Assim, em um país tão mal administrado, onde as receitas públicas não gastas primariamente para pagar juros a banqueiros, enquanto os investimentos são reduzidos para garantir os juros dos agiotas, enquanto provocam o enfraquecimento econômico da família; cada família enfraquecida não conseguirá estudar seus filhos. Sem estudos não há como romper com a miséria. Eu critico estas letras do funk que depreciam a mulher porque elas carecem de profundidade e de realidade. Suas palavras chulas só fazem aumentar a miséria já existente quando usa a música para roubar à dignidade da família, principalmente da mulher e das crianças.

Fonte: http://olharcristao.blogspot.com/2009/02/mulher-letras-musicas-funk.html

Um comentário:

  1. Realmente, muitas mulheres não tem se valorizado...E, depois querem respeito!!!
    Que o amor de Deus possa impactar essa nação para ocorrer mudanças em diversos setores da sociedade de cada cidade do país...Em nome de Jesus!!!

    Deus abençoe!!!

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